A palavra nutrigenômica é uma combinação da nutrição e da genômica. Juntos, eles descrevem um campo que estuda a relação entre dieta e expressão gênica. A pesquisa nutrigenômica investiga questões, tais como os alimentos influenciam a expressão do gene, e como os genes influenciam a maneira como os indivíduos absorvem e metabolizam diferentes tipos de nutrientes. Em outubro de 2008 estive em um congresso de Nutrigenômica em Genebra na Suíça, fiquei muito impressionada com a ênfase dada aos processos inflamatórios que são basicamente dirigidos pela nossa alimentação. Lá fiquei sabendo que não é a toa que é crescente a incidência de doenças inflamatórias crônicas, como esclerose múltipla, Alzheimer, mal de Parkison, doenças cardíacas, apenas para citar algumas.
O processo inflamatório deve-se principalmente ao desequilíbrio entre os ácidos graxos (gorduras) essenciais, Omega-3 e Omega-6. Ambos são ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa, que não são sintetizados pelo nosso corpo e devem ser providos pela alimentação. No nosso organismo os dois ácidos utilizam o mesmo sistema enzimático e aos serem metabolizados produzem substâncias pró e anti inflamatórias (respectivamente), estes produtos são chamados de prostaglandinas, elas tem este nome complicado devido ao fato de terem sido primeiramente identificadas na próstata, mas estão presentes em todos as células do corpo que metabolizem os tais ácidos graxos, e obviamente nas mulheres também.
Até ai tudo bem, como expliquei antes, os ácidos são essenciais ao bom funcionamento do corpo, então ambos devem ser consumidos. Mas o que acontece se um dos dois estiver em excesso na nossa dieta? É exatamente este o problema que lidamos nos dias de hoje. A maior parte dos alimentos industrializados tem em sua composição uma gordura que foi alterada quimicamente, a gordura hidrogenada, como subproduto da alteração química, recebemos de presente a gordura trans, que todo mundo evita e procura os rótulozinhos de zero trans. Seria ótimo se fosse fácil assim, mas não é. Para obtenção destas gorduras o tipo de ácido graxo utilizado é o Omega-6 que produz substâncias inflamatórias... e como o sistema enzimático fica a maior parte do tempo ocupada em processar estas gorduras, pode não processar os poucos Omega-3 que ingerimos. Resumo da ópera... O corpo inflama mas não tem a capacidade de desinflamar. Resultado doenças crônicas e segundo o Dr Perricone, uma pele com aparência terrível.
Para corrigir essa bagunça que herdamos da produção de alimentos em larga escala, precisamos primeiro reduzir o consumo de ácidos graxos do tipo Omega-6. Meu conselho: reduzam drasticamente o consumo de produtos que contenham, gordura hidrogenada, gordura parcialmente hidrogenada ou gordura vegetal, em seus rótulos (mesmo que apregoem ser zero trans) e aumentem o consumo de Omega-3 inserindo na dieta peixes de água profunda (salmão – atum – sardinha – cavala – bacalhau), linhaça e vegetais de cor verde escura.
Para completar a lição de saúde, uma boa porção de antioxidantes, atividade física regular, água e sono. Mas disso tudo a gente ainda vai falar mais tarde.
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